Volte um pouco à sua infância. Lembra quando você via um brinquedo novo na loja e pedia pra sua mãe comprar? Aí ela dizia que não, e inventava todas as desculpas possíveis. Ou porque você já tinha muitos brinquedos, ou porque você tinha um igual, ou porque ela estava sem dinheiro, ou porque você não estava merecendo, enfim, ela dizia um monte de coisas e você só ouvia BLA, BLA, BLA, BLA... Nada do que ela dizia fazia sentido. Você precisava daquele brinquedo, era algo muito importante pra você. Naqueles dias você ficava um pouco chateado porque não tinha ganhado o brinquedo. Aí sua mãe sentia pena de você, ia lá na loja e comprava o brinquedo. Wow!! Que felicidade. Seus olhos brilharam ao ver o embrulho nas mãos da sua mãe. Antes mesmo dela terminar o que estava dizendo, você já tinha rasgado o embrulho e estava abrindo a caixa. Seu sorriso foi o maior do mundo. E de semelhante forma, sua mãe também sorriu, ao ver você feliz. Naquele dia você nem queria dormir, queria ficar acordado pra brincar o máximo possível com o seu brinquedo novo. Você acabou dormindo de tão cansado, mas dormiu com o brinquedo nas mãos. No dia seguinte você até acordou mais cedo e já foi logo procurando o brinquedo. Dias foram passando, e o inevitável: seu brinquedo novo estava jogado no canto do seu quarto, debaixo de alguma roupa que você jogou no chão. Sua mãe ficou brava com você, dizia que você tinha implorado tanto pelo brinquedo e agora lá estava ele jogado no chão. Você nem se importava mais com o brinquedo.
Agora volte pro presente. Volte à sua idade adulta (ou quase). Sua mãe tinha razão ao dizer que você só dava valor ao brinquedo quando ele estava na loja, ou seja, quando você queria e não tinha. A partir do momento que você ganhou o brinquedo, usou o quanto foi bom pra você, e depois perdeu a graça, não foi? Ela não tinha razão?
Hoje, depois de crescidos, a gente consegue enxergar essa situação do passado e vemos que realmente não demos valor ao brinquedo novo. E saiba que hoje, você ainda faz isso. Todos fazemos. Claro que não é com um brinquedo novo, mas saiba que ainda agimos de semelhante forma. E sabe quando vamos nos dar conta? Quando estivermos velhos, ou então, na pior das hipóteses, quando não tivermos mais o brinquedo novo.
